Os sentidos de amar

sexta-feira, 1 de novembro de 2013



Com breves palavras minhas, o amor trata-se de atos aparentemente “sem sentido” aos observadores, que aguçam todos os sentidos dos que são afetados e faz a vida finalmente fazer sentido para quem vivencia.


Para melhor explicar, o amor pode parecer insano a olhos alheios, mas é capaz de converter qualquer cético num devoto em segundos, com o simples brilho de um olhar. Traz os prazeres da vida à tona em cheiros de perfume e flor, gostos de beijos doces ou lágrimas salgadas, toques macios e arrepios ou abraço forte e desesperado, um sentir multiplicado das batidas do coração, música de uma voz em particular ou das fadas e sinos que rodeiam os beijos apaixonados, visão ampliada e contrastada de brilhos, cores, bocas, olhos e cabelos ao vento, dentre outros deliciosos e apaixonantes sintomas.

Para quem não vê sentido na vida, o amor pode trazer toda esperança e entendimento do universo no fundo da íris do ser amado. Faz o caminho todo convergir ao ponto do sublime momento da descoberta de saber-se amando.

Amor é verbo que impera na voz de quem vive, até nas sentenças mais cotidianas. É verbo que sai dos olhos e dos suspiros, jamais traduzido na simples palavra “amar”, pois que dizer “Eu te amo” não basta a quem realmente o faz. Daí a necessidade de constante reprodução da frase, tentando acentuar e amenizar tudo o que explode de dentro do peito. Ao perceber a inútil tentativa de exprimir em palavras, é natural que quem o sinta, parta para o mais convincente dos argumentos: o beijo, embaixador de todos os sentidos, que transporta a carga de emoções em vibrações perfeitamente claras e intraduzíveis. O amor transcende, o amor transgrede. É um amontoado de frases ilógicas para quem nunca o sentiu, é o sorriso bobo, o olhar alheio ao mundo concreto. Ele chega de repente ou de mansinho, conquista e coloniza cada parte tua, te vira do avesso e muda a opinião, te expõe como louco e depois te deixa sem explicação, revolta e acalma, te faz sentir no céu ou no inferno... É um agrupamento de contradições.


Porém, de todo o mal que possa te causar, jamais traz junto consigo o arrependimento de ter sentido, pois que, de todos os males, o mal maior é nunca ter amado.
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