A presença

sexta-feira, 8 de novembro de 2013


Milhões de coisas na cabeça e, ao mesmo tempo, nada... Nada que fosse um assunto ou história pra contar. Só comentários, olhares e toques que ficam guardados enquanto você não está por perto... Fantasmas que me seguem no castelo assombrado que sobrou de mim.


Todos os dias, nos vemos pela internet - não posso reclamar dessa tecnologia, já passamos por tempos em que nem sua voz eu podia ouvir e sua imagem era somente a da foto que eu deixava em minha cabeceira - mas, por mais que as coisas tenham evoluído, não é o suficiente para acalmar a saudade, para tirar a necessidade que fica de você. Contamos o que temos para contar, rimos um pouco, mas logo vemos que não faz sentido ficar com o Skype ligado, ele não traz o seu cheiro, sua respiração ou sua simples energia.

Esse silêncio que fica, essas milhares de frases “sem importância” que não te falo pela internet, a simples presença para um sorriso... Tudo isso me sufoca e vez ou outra saem em forma de lágrimas. Fiquei tão sensível, que às vezes choro de bobeiras enormes... Acabo rindo de mim mesma e me sinto uma louca inconstante. 

Passo o dia sozinha e a noite conversando com as crianças... Mas como conversar com as crianças? Elas falam de desenhos e fantasias e eu não quero encher esse mundo de realidade, preciso compartilhar minha realidade... Preciso da sua conversa de amigo, dos nossos longos papos profundos ou extremamente bobos, das lembranças, dos planos... Estou tão carente de conversa! De amigo, de alguém que me entenda e ria comigo, ria de mim, para mim... Preciso rir!

Todo esse tempo que tenho para escrever é um desperdício, se só sei expressar o quanto me falta, o quanto sou o vazio que ficou sem sua presença.


Dizer que você é minha metade já é um engano, pois quando você vai, me leva inteira.
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